Eleitoral para o mandato 2023/2024
LISTA QUERCUS REGENERAR 23.24
Em 2021 houve uma União, agora temos uma Re-União. Por uma Quercus mais fortalecida, mais próxima das comunidades e como parceiro que potencie o impacto em políticas públicas mais ajustadas
Quem somos?
Somos um conjunto de associados da Quercus de uma ampla distribuição geográfica. Somos uma renovação da lista QUERCUS REGENERAR eleita em 2021. Integram nesta lista muitos dos atuais dirigentes nacionais eleitos nesse ano de 2021, por sentirem o dever de completar a sua missão, uma vez que vários processos na consolidação do trabalho realizado estão ainda em curso. Juntam-se a estes outros associados, alguns dos quais dirigentes regionais recentemente eleitos e que marcam a reativação de núcleos regionais, e a expansão da representação da Quercus no território, marco da recuperação desta característica identitária da Quercus.
Com ânimo e forças renovadas que manifestamos disponibilidade para prosseguir e avançar o trabalho na Regeneração da Quercus e na Regeneração do território, animados pelo propósito de reforçar o papel da Quercus nas respostas da sociedade perante a crise climática.
Porque nos candidatamos?
Numa sociedade desconectada da Natureza, que se reflete em políticas públicas que aumentam a perturbação e destruição dos valores ecológicos, muitas vezes invertendo ou pervertendo o discurso oficial de alegada proteção e respostas à crise climática; em práticas e interpretações abusivas da Lei; constituído por e por uma população maioritariamente urbanizada ainda com comportamentos desrespeitadores da natureza muito presentes ainda que contradizem a perceção de preocupações ambientais, é necessário fomentar o trabalho coletivo consistente, persistente, e o mais coerente possível para a construção de uma consciência ecológica integral, ao nível individual e coletivo.
Queremos que a Quercus, quer pelo seu legado de cerca de 4 décadas de existência, quer pelas novas dinâmicas em curso e em preparação, tenha um papel relevante na construção da consciência ecológica integral, que una a sensibilidade por valores ambientais e sociais a uma economia respeitadora desses mesmos valores.
Também ao nível interno sentimos o apelo de prosseguir o trabalho de valorização do nosso capital humano: funcionários, voluntários e dirigentes e o nosso património material, fomentando um ambiente que estimule a criatividade, o bem-estar, uma comunicação construtiva e conciliadora e amplifique a capacidade coletiva na missão da nossa Quercus.
Queremos reforçar a competência das ações da Quercus e de todos os Núcleos Regionais que a atividade foco da Quercus é diretamente a Proteção e Conservação do Ambiente, que criamos florestas, que protegemos diretamente a flora, a fauna e a paisagem natural Ibérica.
O lema – Regenerar a Quercus e Regenerar os ecossistemas de Quercus – continua a ser, e mais do que nunca, pertinente, pela necessidade de corrigir trajetórias de sobre consumo e de mais perturbação da Natureza, e fazer jus ao nome da nossa Associação!
Quais as nossas prioridades?
As nossas prioridades pressupõem a visão da Quercus como uma associação de conservação da natureza, educação e sensibilização ambiental, de vigilância das políticas públicas, com desenvolvimento da atividade horizontal, em áreas multidisciplinares do ambiente, concretizada em quatro vertentes: projetos e ação no terreno, comunicação, informação e formação da sociedade, acompanhamento de políticas e intervenção jurídica.
As nossas prioridades desenvolvem-se quer ao nível interno, quer ao nível externo, através de novas dinâmicas e projetos, integram o tema transversalmente e conciliam-se nos seguintes eixos:
1. Governança: Implementar novas dinâmicas participativas de e organização interna com transparência, integridade e rigor, valorização da capacidade de intervenção dos núcleos alicerçado numa base associativa sólida e ativa;
2. Conservação da Natureza: trabalho no terreno com apoio e acompanhamento local de situações referenciadas e nas construções das decisões políticas de âmbito nacional;
3. Financeira: Construir plano de dotação financeira que diversifique fontes de financiamento e proteja a associação de tentativas de greenwashing;
4. Comunicação: Melhorar a comunicação externa e a comunicação mediática, reforçar a cooperação e parcerias, alargando o grau de influência da Quercus na tomada de decisões.
1. Governança: Implementar novas dinâmicas participativas de e organização interna com transparência, integridade e rigor, valorização da capacidade de intervenção dos núcleos alicerçado numa base associativa sólida e ativa.
Muito trabalho neste sentido foi desenvolvido no mandato anterior, face às circunstâncias particularmente desafiantes, como um volume de trabalho considerável devido a vários projetos plurianuais a finalizar, a organização de documentação, a reestruturação do funcionamento interno e implementação de procedimentos. Importa agora dar os próximos passos para melhorar e consolidar.
- Gestão financeira e operacional: Continuar e reforçar o trabalho de rigor na gestão financeira e implementação de boas práticas, para controlo eficaz de despesas; implementação e consolidação de procedimentos, nomeadamente procedimentos de tesouraria e gestão de projetos.
- Organização interna: Prosseguir a reativação de Núcleos Regionais; melhoria do apoio aos Núcleos Regionais ativos, nomeadamente melhorando a articulação e a possibilidade de financiamento através de projetos nacionais; implementação de regras de funcionamento de projetos, designadamente dos CRAS – Centros de Recuperação de Animais Selvagens;
- Revisão e melhoria do cumprimento dos Estatutos e Regulamento Interno e outros regulamentos;
- Elaborar plano para a ecologia da associação que possibilite desburocratizar, elaborar processos mais intuitivos e eficazes de estabelecer relações de trabalho interno, de construção e divulgação de iniciativas e de relacionamento e chamada á participação dos associados;
- Funcionários: Prosseguir na implementação de um processo de gestão de desempenho e manter reuniões regulares de periodicidade semanal.
- Comunicação interna: Melhorar a comunicação com os associados pela reativação da newsletter e gestão da participação em projetos e dinâmicas regionais; melhorar a articulação na análise de dossiers técnicos e consultas públicas; e melhorar a comunicação entre as estruturas, projetos e grupos de trabalho, através de reuniões mensais temáticas – TODOS JUNTOS, e participação em reuniões da Direção Nacional.
- Elaborar processo de transparência para toda a Quercus disponibilizando informação e documentação na página de Internet em espaço reservado a associados.
- Reforço da capacitação técnica e associativa: Programas de formação em diversos formatos, temáticas, dirigidos a dirigentes regionais, voluntários e/ou associados.
- Dinamização de grupos de trabalho: Dependente da disponibilidade de voluntários e/ou de apoios financeiros que permitam alocar recursos humanos profissionalizados.
- Programa de desenvolvimento pessoal e coletivo: Para aprofundar o desempenho de cada indivíduo na organização, potenciar o trabalho em equipa e facilitar o bem-estar e a saúde integral, a realizar em diversos formatos e contextos, designadamente ao nível do grupos-alvo, como colaboradores, dirigentes e associados.
- Elaborar calendário integrativo que inclua 3 eventos:
1- Encontro anual – QUERCUS ANIMA, para dirigentes, funcionários, associados, e aberto a não associados, com duração mínima de 2 dias, com um programa diversificado com várias valências com vista a estimular o convívio, capacitação técnica e desenvolvimento pessoal e coletivo.
2- Acampamento Quercus
3- Outro a definir
2. Conservação da Natureza: trabalho no terreno com apoio e acompanhamento local de situações referenciadas e nas construções das decisões políticas de âmbito nacional;
Em nome da emergência climática, facilitada pelo anúncio do Simplex Ambiental, tem-se assistido a uma acelerada degradação de valores naturais do país, com o abate de áreas florestais com espécies autóctones folhosas e a destruição de habitats.
Assim, pugnamos que a economia verde, economia circular e a transição energética se conciliem com o conceito de suficiência: suficiência energética e suficiência material, sem o qual na prática estaremos a fomentar mais exploração de recursos, mais mineração, mais produção de resíduos…. Na verdade, ao ser mantido o padrão económico baseado na tecnologia e no consumismo, não teremos uma verdadeira mudança, em particular as anunciadas metas de neutralidade climática.
Área temática alicerce crucial na ação da Quercus. Estimular a criatividade, facilitar a aplicação e o conhecimento das Soluções Baseadas na Natureza (Nature Based Solutions) e ampliar parcerias e processos colaborativos na construção de decisões políticas estratégicas para o ambiente e preservação de biodiversidade, são elementos-chave para reforçar o trabalho até agora realizado.
Destacamos as seguintes áreas de atuação estratégicas:
- Manter e reforçar o trabalho de campo, e dar a conhecer o mesmo, na área da Conservação da Natureza, nos terrenos propriedade da Quercus, nos Centros de Recuperação de Animais Selvagens (CRAS) e na conservação de espécies de peixe em risco de extinção; reforçar e dar visibilidade à Rede de MicroReservas; manter projetos-bandeira da Quercus relacionados com as florestas de Quercus sp.;
- Melhorar a gestão do Monte Barata e outros terrenos, em particular na área do PNTI, para fins da conservação da natureza e outras valências;
- Criar novos projetos e dinâmicas regeneradoras, como alargar o trabalho de campo em diversas tipologias do território, como faixas de gestão de combustível, recintos de escolas, sebes agrícolas e renaturalização de espaços verdes urbanos com conceção mais natural, como miniflorestas, na gestão dos recursos hídricos; na transição para processos de cultivo mais respeitadores dos ciclos da natureza como permacultura, agrofloresta e agricultura sintrópica e no incentivo a florestas multifuncionais e biodiversas, que estimulem por sua vez a capacitação técnica e o desenvolvimento da nossa relação na Natureza;
- Acompanhar políticas públicas nacionais e internacionais na área da conservação da natureza e de resposta às alterações climáticas: Áreas protegidas classificadas, Rede Natura 2000; apoiar políticas que promovam o restauro ecológico e a reconectividade florestal e fluvial; e um estatuto de proteção alargado para o património arbóreo e arbustivo nacional. Estar presente como parceiro na construção de decisões na área da política ambiental e de resiliência às alterações climáticas;
- Estar atento a políticas ambientais locais e participar da construção das mesmas, como por exemplo na elaboração de Planos Municipais de Ação Climática;
- Acompanhar políticas de ordenamento do território: Maior participação e comunicação com o poder local e a administração regional e central, que influencie políticas e planeamento mais ajustado, promova a proteção da REN, RAN e áreas de risco promovam cidades mais resilientes às alterações climáticas e com menos emissões de gases com efeito de estufa;
- Acompanhar políticas setoriais:
Políticas florestais, nomeadamente reflorestação das áreas ardidas, pugnando por Planos de Ordenamento Florestal que verdadeiramente consigam a renaturalização da paisagem, o repovoamento com espécies autóctones, mais resilientes e resistentes aos incêndios florestais; práticas de produção florestal mais próximas da natureza; revisão dos critérios das Faixas de Gestão de Combustível que integre visão ecológica e conhecimento técnico-científico atualizado;
Políticas agrícolas que integrem a natureza e maior incentivo à produção em modo biológico e regenerativa com soluções criativas e inovadoras, como a permacultura, agrofloresta e agricultura sintrópica; neste âmbito importa também prestar atenção às reformas legislativas das sementes, OGM, e patentes, pelo impacto no mundo rural e riscos para a biodiversidade e agrobiodiversidade;
Política da pesca e de conservação do oceano, designadamente pelo fim da pesca ilegal e da sobrepesca, controle de sistemas de aquacultura e criação de mais Áreas Marinhas Protegidas e do desenvolvimento e implementação de mais políticas e medidas de proteção dos ecossistemas marinhos sujeitos a elevadas pressões devido á acidulação dos oceanos;
Políticas de urbanismo e ambiente urbano, que aumentem e melhorem a área arborizada, permitindo poupar recursos na manutenção e aumentar serviços ecológicos, desde a biodiversidade à regulação da temperatura, conectando a comunidade com os projetos locais;
- Agir como sentinela de organismos políticos da área do ambiente, como a APA e o ICNF; que se têm vindo a constatar a subordinação a interesses económicos comprometendo a sua missão de serviço público na ação fiscalizadora e reguladora. Verificar e denunciar os atropelos à Lei de Bases do Clima;
- Estar atentos não apenas às políticas energéticas, mas também as de ligação intersectorial com impacto no clima, sobretudo as políticas relacionadas com – gestão do território, agricultura, solo, alimentação, construção/edifícios, impermeabilização de solos urbanos, transportes e mobilidade, etc.;
- Acompanhar a implementação das principais políticas inscritas no Pacto Ecológico Europeu (incluindo a Estratégia do Prado ao Prato – Farm to Fork) e à forma como será implementado em Portugal, bem como à aplicação do Fundo de Recuperação Económico, que prevê algumas medidas bastante duvidosas do ponto de vista das políticas ambientais;
- Promover a alimentação sustentável: para além de programas de educação alimentar, políticas públicas de incentivo a uma alimentação de base vegetal, sazonal, biológica e de produção local, em cantinas e refeitórios públicos, com destaque para as cantinas escolares, acreditamos que Quercus pode dar um contributo importante na transição alimentar, através de workshop e outros eventos.;
- Incentivar a produção solar fotovoltaica em autoconsumo, propondo medidas legislativas concretas (à semelhança e utilizando a experiência do programa adotado para o solar térmico), apostando no princípio do utilizador/produtor e na redução sistémica das emissões de CO2. Torna-se necessário estimular os consumidores a produzir a sua própria energia, de uma forma distribuída, evitando recorrer a grandes centrais fotovoltaicas que ocupam o solo necessário à utilização agrícola ou florestal e a grandes linhas de transporte de energia elétrica, com as inevitáveis perdas;
- Manter o acompanhamento das políticas de resíduos, incluindo os microplásticos, e dos novos desafios face aos objetivos da economia circular;
- Acompanhar políticas de qualidade e consumo de água, nomeadamente incentivando o saneamento seco em Portugal, travar a expansão da agricultura intensiva de regadio. As progressivas eutrofizações das albufeiras devido ao arrastamento de nutrientes, nomeadamente do fósforo e o aumento do nível dos nitratos, a descarga de efluentes industriais e pecuários sem tratamento adequado no nosso sistema fluvial e no mar, exigem soluções urgentes como a fiscalização efetiva, a reversão da insensibilidade do ministério público e dos tribunais aos crimes ambientais e uma penalização mais forte e efetivamente inibidora destes atos;
- Acompanhar políticas de proteção do solo e combate à desertificação;
- Acompanhar áreas de inovação tecnológica em crescimento rápido que apresentam riscos para o ambiente e saúde, nomeadamente as dos nanomateriais e o 5G sem fios (wireless).
3. Financeira: Construir plano de dotação financeira que diversifique fontes de financiamento e proteja a associação de tentativas de greenwashing;
- Usar ferramentas para fazer uma avaliação correta das necessidades de RH da Quercus para dar resposta às tarefas e poder fazer uma correta distribuição das mesmas para ser mais efetivo na resposta;
- Elaborar processo de financiamento por parte de terceiros de forma transparente simplificada e eficiente e disponibilizar essa informação a todos os associados;
- Criar programa para promover a cidadania ambiental e a participação cívica usando como fonte da experiência acumulada de anos de formações de sensibilização ambiental e o mesmo como fonte de autofinanciamento e promoção da imagem da Quercus;
- Concorrer aos planos de financiamento para organizações não-governamentais disponibilizados pela comissão Europeia e nacionais;
- Promover anualmente um grande evento benefit;
- Usar crowdfunding para projetos pontuais;
- Desenvolver um programa de estágios e colaborar com instituições que promovem esses estágios.
4. Melhorar a comunicação externa, reforçar a cooperação e parcerias
Perante tão grandes desafios é fundamental estimular os processos participativos e colaborativos com associados a população, empresas e organizações da sociedade civil, onde se inclui a Quercus. Consolidar parcerias existentes com outras ONGA e novas parcerias com vários atores da sociedade (poder local, empresas públicas, administração regional e central, empresas, outras ONG e população) são a base para aumentar a capacidade de desenvolvimento de projetos e iniciativas, e como isso facilitar também a diversificação das fontes de financiamento.
- Articular melhor os meios de comunicação externa (website, redes sociais, newsletters, outros), comunicando também as ações dos núcleos;
- Avaliar produção de formatos televisivos lúdico-pedagógicos;
- Procurar reativar as ações de intervenção criativas e/ou mediáticas, que caracterizaram a comunicação da Quercus, mantendo, no entanto, a prática de comunicados de imprensa frequentes, nacionais e regionais;
- Manter parcerias institucionais com diversas entidades dos setores público e privado, com o sistema científico e tecnológico nacional e ligação a redes, federações e fundações europeias;
- Alargar e fortalecer as relações com organizações de diversos setores: organizações de defesa do ambiente e às organizações não governamentais de desenvolvimento, de economia social e solidária, entre outras, conciliando agendas e evitando a dispersão da nossa atenção, conhecimento e meios;
- Criar Conselho Técnico-Científico através de convites a diversas personalidades com competência reconhecida.
Por uma Quercus renovada, transparente para responder aos desafios do seculo XXI